29 de janeiro a 28 de março de 2025

Quando Rui Carvalho foi convidado a colaborar nesta exposição, escolheu o título “Quarentena” e sugeriu um desenho específico para a comunicar, comentando enigmaticamente: “até tem aqui a gruta”. O título, à primeira vista evocativo do isolamento da última pandemia global, celebra também os 40 anos de uma carreira marcada pela inquietação criativa e pelo diálogo entre o íntimo e o coletivo.

Embora o título sugira, à primeira vista, uma associação aos períodos de isolamento vividos durante a recente pandemia global – reforçada pela ideia de “gruta” enquanto espaço de recolhimento –, o artista revelou outro significado: a celebração de quarenta anos de um percurso artístico marcado pela inquietação criativa e pelo diálogo constante entre o íntimo e o coletivo.

Esta exposição convida o visitante a percorrer os múltiplos registos de Rui Carvalho, celebrando uma obra onde a intensidade emocional, a mordacidade e a experimentação são pilares centrais. Ao longo de quatro décadas, Rui reinventou a paisagem urbana e as suas personagens, transformando-as em manifestações artísticas profundamente simbólicas, que continuam a ressoar com força e atualidade.

Rui Carvalho, natural do Funchal, nasceu em junho de 1964 e começou a dedicar-se ao desenho e à pintura em 1982. Inicialmente, as suas obras, conhecidas apenas por um círculo restrito de amigos, eram comercializadas nas cidades onde viveu, como Londres, Berlim, Lisboa e Funchal. No Funchal, a sua relevância no panorama artístico começou na Porta 33, que promoveu exposições em 2000 e 2005. Nesse mesmo ano, participou na ARCO, em Madrid, representado pela Porta 33. As suas criações, influenciadas pela Banda Desenhada pela Pintura, revelam uma profunda necessidade de expressão interior.